Cura não, mas tem remissão. Isso significa que a pessoa pode reduzir os níveis de glicemia para valores normais ou próximos da normalidade sem a necessidade do uso de medicações.
Esse conceito de remissão foi publicado em consenso internacional de diabetes em 2022. Considera-se remissão uma hemoglobina glicada abaixo de 65% dosada 3 meses após a suspensão de qualquer medicação que reduza a glicemia, tendo o paciente se submetido ou não à cirurgia metabólica.
Caso não seja possível realizar a dosagem da hemoglobina glicada, pode-se substituí-la pela dosagem da glicemia de jejum. Valores abaixo de 126 mgdL sem uso de medicação confirmaria a emissão do diabetes tipo 2.
O teste oral de tolerância à glicose não é recomendado devido a uma grande variabilidade de resultados entre testes repetidos.
Pacientes submetidos à cirurgia bariátrica podem também ter umpadrão de resposta alterado a esse teste, sendo contraindicado nesse grupo.
O principal fator que leva a remissão do diabetes tipo 2 é a perda do excesso de gordura corporal.
Inicialmente, esse quadro era mais visto em pessoas após a cirurgia bariátrica, que é método de tratamento da obesidade que leva a maior perda de peso.
Atualmente, com os avanços nas novas medicações para o tratamento do diabetes, como os análogos do GLP1, que além de promoverem o maior controle glicêmico proporcionam também uma maior perda de peso em muitas pessoas, um número maior de pessoas com diabetes passam a ter a oportunidade de entrar em remissão da doença.
Vale lembrar que esse termo remissão, foi escolhido porque a pessoa pode ficar sem o diabetes ativo, mas ela não está livre da doença.
Precisa permanecer em vigilância ativa com acompanhamento médico regular, manter o peso corporal, melhorar a sua composição corporal com foco em ganho de massa muscular.
A pessoa também deve permanecer alerta em condições que elevam a glicemia. Como por exemplo, infecções, estresse agudo, uso de algumas medicações como corticoide, dentre outras situações.
A remissão do diabetes tipo 2, ela parece acontecer mais em pessoas com menos tempo de doença, em torno de 6 a 10 anos de diagnóstico.
Muitas perguntas ainda precisam ser respondidas sobre como deve ser o segmento dessas pessoas, como: “Quais são as pessoas que parecem ter uma melhor resposta?” ou “Quanto tempo em média dura essa remissão?”.
Mas já existir essa possibilidade é animador pra quem recebe o diagnóstico de diabetes tipo 2. Abraço e até breve!